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Parque Progresso: A Chácara, o Curtume e o Bairro

  • Foto do escritor: Matheus Fernandes
    Matheus Fernandes
  • 15 de abr. de 2019
  • 3 min de leitura


Praça Tancredo de Almeida Neves, no Parque Progresso - Disponível em: Arquivo Histórico Municipal 'Capitão Antônio Hipólito Pinheiro'


Os relatos do Parque Progresso nos remetem, inevitavelmente, ao Curtume Progresso. E, quanto ao curtume em si, os registros históricos — da coleção 'Franca em Revista' de 1961 — apontam ter surgido em 1906, sob a tutela de Antônio Soares e do Padre Alonso Ferreira de Carvalho. O interessante, é que no momento de sua fundação, levava o nome de 'Coqueiros'. Não se sabe ao certo quando da mudança de denominação, no entanto, nos jornais dos anos 30 o curtume já aparece sob a alcunha de 'Progresso'.


Quanto à área, pode-se dizer que sua formação deriva da Chácara Garcia e Cançada. Em 1968, a propriedade de Adalgisio Lima fora dividia em 7 partes, atendendo à todos os herdeiros. Como mostra Valdir Ferreira e Fernando Barcellos, dos 7 loteamentos realizados, apenas três não foram componentes do Progresso. Quanto aos outros 4, seriam integrados ao que se concebe hoje por Parque Progresso.


Os quatro lotes se transformariam, posteriormente, em: Parque Progresso, começando na Rua Caetano Lombardi e na praça Tancredo Neves, indo até a Avenida Paulo VI e a Rua Reynaldo Chioca; a gleba dois, na Tancredo Neves e Marco Aurélio de Luca e, novamente, até a Avenida Paulo VI e Reynaldo Chioca; a gleba três, começando na Marco Aurélio de Luca e Antônio Luiz Caetano, estendendo-se até a Paulo VI com a Reynaldo Chioca; e, por fim, o Prolongamento do Jardim Progresso, da Antônio Luiz Caetano à Adelina Finori Pasquino.


A aprovação do primeiro loteamento viria um anos após a divisão da propriedade de Adalgisio. Portanto, em 1969, por meio do protocolo n°429 do talão n°134 de 10 de janeiro, Flávio Rocha — que detinha a primeira porção repartida — obtém junto à Prefeitura de Franca, o aval para iniciar as obras.


Foram criados 426 dentro de 21 quadras. A área total era de 122.424,50 m² e distava, aproximadamente, três quilômetros do centro de Franca. A segunda gleba do Parque Progresso teria sido aprovada meses depois, em 4 de novembro de 1969 — era de propriedade de José Gabriel de Mello Franco, de Silvia Regina Sandoval de Mello Franco e de outros pertencentes à família Mello Franco.


Quanto à terceira gleba — de propriedade de Luiz Carlos Barci, Guiomar Nascimento Barci, Milton Leite e Ivone Barci Leite — e à quarta gleba — de propriedade de Geraldo Américo e Flávio Rocha — pode-se dizer que foram transformadas em lotes nos anos 70.


Assim como boa parte dos bairros que surgiram na cidade em meio aos anos 60 e 70 — como é o caso do Jardim do Éden e suas adjacências, por exemplo —, o Progresso também teve de lidar com grandes problemas na infraestrutura. Principalmente com relação a falta d'água, rede de esgoto, luz e asfalto.

Para se ter noção das debilidades, houve até um episódio triste ocasionado pela falta de luz: Uma Kombi e um TL se chocaram, deixando 20 pessoas feridas — 14 na Kombi e 6 no TL. Enquanto o escrivão fazia os registros do acidente, um Opala branco o acertou em cheio e lhe causou a perda da perna direita.


Hoje, em meio ao século XXI, o Jardim Progresso — ou Parque Progresso — não vive as mesmas dificuldades de tempos remotos. Pelo contrário, está munido de uma infraestrutura muito mais qualificada e robusta se comparada com àquela do final dos anos 60.



Matheus Fernandes é Historiador, Representante de Franca no Sistema Estadual de Museus de São Paulo e Colunista do Jornal Diário Verdade


 
 
 

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