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A cor de Rosa do Colégio N. Sra. de Lourdes

  • Foto do escritor: Matheus Fernandes
    Matheus Fernandes
  • 30 de jul. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 31 de jul. de 2019


Colégio N. Sra. de Lourdes em 1927, vista aérea. Disponível em: Arquivo do Museu Histórico Municipal 'José Chiachiri'

Monsenhor Rosa — o mesmo que, na semana passada, teria abrigado as instalações do Colégio Champagnat entre 1902 e 1912 —, em tempos céleres da chegada da Mogiana, percebeu que Franca carecia de instituições para formação da juventude cristã, sobretudo destinada às mulheres. Em face disso, encampa com grande afinco a tarefa e trata de buscar esforços.


Seria em contato com as irmãs da Congregação de São José, que finalmente viabilizaria seu projeto — era o sonho tornando-se realidade. Foi então, aos 31 de outubro de 1888, que as irmãs de São José, lideradas pela M.e Maria Teodora Voiron, chegaram à Franca. Esse dia, daí em diante, estaria marcado na história do município de Franca como o dia da fundação do primeiro estabelecimento educacional voltado ao apostolado e, principalmente, à educação feminina.


Em 1º de novembro de 1888 — apenas um dia após a fundação — seria inaugurado o Colégio. O prédio fora adquirido e reestruturado por cafeicultores de Franca e de outras cidades entorno. Todavia, foi com a instalação do curso normal livre — destinado à formação de professores para lecionarem no equivalente ao ensino básico — que o Colégio Nossa Senhora de Lourdes teria ganho muito destaque.


Setenta e nove anos mais tarde, em 1967, com a saída das irmãs de São José, o prédio abrigaria a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Franca. Estrutura essa que permaneceria até 1977, quando a Faculdade quando data da compra pelo governo do Estado — posteriormente, seria anexada à Universidade Estadual Paulista. O interessante desse processo, digo, dessa reorganização do ensino superior, é perceber que com a simples mudança institucional, Franca perde os cursos de Geografia, Letras e Pedagogia, ao passo que ganha os cursos de História, Direito e Serviço Social — e, mais recentemente, no ano de 2001, o curso de Relações Internacionais.


A partir de 2010, o prédio deixa de abrigar a UNESP — que ganha nova sede no Prolongamento Jardim Dr. Antonio Petraglia — e passa servir de espaço para a instalação de um posto integrado de serviços do governo estadual.


Até hoje, o prédio continua ali, situado à R. Major Claudiano n° 1488. Fora tombado pelo Decreto n° 7420 de 11 de agosto de 1997. Mas, é preciso dizer, o edifício histórico situado no centro da cidade precisa atenção e cuidado. Foi largado às traças depois da saída da UNESP e apresenta problemas estruturais. Recentemente as reformas de emergência iniciaram — afinal, caso não fossem feitas, o prédio poderia estar condenado —, resta saber se elas darão continuidade às reformas ou se acontecerá como o Museu, uma reforma para enxugar gelo. Afinal, de 2010 pra cá, as gestões municipais parecem só se preocupar, por mais irônico que pareça, com o tombamento de túmulos.


Matheus Fernandes é Historiador, Representante de Franca no Sistema Estadual de Museus de São Paulo e Colunista do Jornal Diário Verdade

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