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Ginásio tombado ou caído?

  • Foto do escritor: Matheus Fernandes
    Matheus Fernandes
  • 30 de jul. de 2019
  • 2 min de leitura


Ginásio do Clube dos Bagres, projetado pelo arquiteto Ícaro de Castro Mello. A foto é da inauguração do Clube, data de 04 de setembro de 1953. Disponível em: Arquivo do Museu Histórico Municipal "José Chiachiri"

O Ginásio do Clube dos Bagres, situado à R. General Carneiro, 873, foi o responsável por permitir que Franca se transformasse na capital do Basquete. Foi lá que os pais e alunos do I.E.E.T.C, sob o comando do Pedroca, alçaram e consolidaram o esporte na cidade.


A construção foi planejada pelo arquiteto Ícaro de Castro Mello. Arquiteto e atleta — que chegou, inclusive, a participar das olimpíadas de 1936, em Berlin —, Ícaro formou-se pela POLI-USP e desenhou diversos edifícios importantes no país. Entre elas: o Ginásio do Ibirapuera; o Estádio Mané Garrincha; a Sede social do Clube Pinheiros e até mesmo a Associação Atlética do Banco do Brasil no bairro Santo Amaro, em São Paulo.


O processo para a análise do tombamento se iniciou e após a conclusão dos estudos, o presidente, Victor de Andrade, foi notificado. Apesar de posicionar-se de maneira contrária ao tombamento, não houve grande alvoroço — como aconteceu quando propuseram tombar a Igreja Matriz e quase caçaram o mandato do prefeito.


Foi então, por meio do Decreto n° 8161, de 10 de janeiro de 2003, sob a gestão de Gilmar Dominici, que o Ginásio do Clube dos Bagres foi tombado. É revestido de um caráter simbólico em função da estreita relação existente entre o Clube dos Bagres e a projeção nacional do basquete francano. Afinal, foi lá dentro que, em 1971, o Franca Basquete teria conquistado seu primeiro título estadual.


Além do simbolismo atrelado ao basquete, é preciso reconhecer sua dimensão estética. Do ponto de vista histórico ela, evidentemente, reside nos belos contornos modernistas. Infelizmente, sua estrutura fora avariada com o tempo e hoje ela não está como se encontrava em seu auge. Apesar das reformas realizadas em 2012, após a arrecadação com a venda do Bagres Country Clube, as dependências do edifício não completamente reestruturadas.


É preciso um olhar mais atento — seja do setor público ou privado — para o patrimônio histórico municipal. Quando os Bagres foram desapropriados para estender a Av. Hélio Palermo, o clube arcou com o ônus da diminuição de seus associados sozinho. Fora tombado por sua relevância histórica local. Nada mais justo do que uma investida, ou melhor, um investimento capaz de sanar essas questões.


Matheus Fernandes é Historiador, Representante de Franca no Sistema Estadual de Museus de São Paulo e Colunista do Jornal Diário Verdade

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